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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010




















Querida amiga M:


Não sei o que aconteceu ao tempo, ao teu, ao nosso, para que a distância se interponha e eu não consiga amparar-te as lágrimas , como antes.
Mas antes chorávamos juntas, as lágrimas misturavam-se e depressa secavam, antes que as conseguíssemos distinguir.
Nem podemos desculpar-nos com o cinzento dos dias. Ou com o frio que nos enregela a alma.
Não podemos justificar a ausência com a distância dos kilometros, porque jurámos amizade eterna, num dia de partilhas difíceis, secretas, unas.
Então não justifico e tento captar-te a atenção, para que te distraias da dor. Que ainda pesa nesse coração sem palavras para soltar.
Claro que dizer-te que gostaria de ir em vez de enviar esta carta, é um clichè. Então não o direi.
Direi apenas, que tenho saudades tuas, saudades de inventarmos formas com as nuvens que tapam o Sol, que me fazes falta, no sorriso de gargalhada cristalina, que o teu olhar de menina ilumina as manhãs, mesmo se acordas mal disposta e que sinto falta de te ler.
Poderia dizer tanta coisa...

Mando-te um beijo , uma pétala de rosa amarela e um pouco de mim.

T.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Quarta-feira, 9 de Setembro de 2009




Querida M:

Li e reli a tua carta e nem sei, fico entre o envergonhado e o vaidoso, por merecer-te palavras tão doces, mais as que deixas adivinhar.

Desculpa ter demorado tanto a responder, mas para além da Campanha Eleitoral e outros afazeres, também eu não sabia muito bem como começar esta resposta, se é que é uma resposta.

Quero que saibas que te entendi, desde o primeiro olhar. E não preciso de directas ou indirectas para que saibas que não há razão alguma para que te sintas insegura.
Aliás, porque foi isso que me atraiu em ti, a tua segurança, o teu profissionalismo, para além da tua elegância e do aspecto intelectual que admiro.

Posso dizer que tudo me prendeu, desde o teu vestido florido, ao perfume que ainda não identifiquei, aos cabelos soltos, ao teu saber estar tão feminino, quase pecaminoso, de tanto que atrai.

Hás-de ter reparado que não me foste indiferente e ainda bem que tiveste a coragem de me escreveres de volta, porque receei ofender-te e afinal...

Os homens não são tão fortes como nos julgam, nestes assuntos, somos mais cautelosos, não nos aventuramos mas toda tu és uma aventura que gostaria de explorar.

A minha aventura terna, excitante , que me inflama o corpo, cada vez que os nossos olhares se cruzam, num misto de suores frios, quase desmaio.

Não queria parecer patético. Vou parar por aqui.
Mas sim. Também a minha vida começa agora: contigo.

Um beijo.

R.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009




Olá


É estranho não saber como inciar esta carta, nunca me aconteceu. Com o tempo será mais fácil, digo a mim mesma! Depois penso no tempo, no pouco que passou, no muito que desejo que passe e na vontade que tenho de o fazer a teu lado. Será que me percebeste? Hoje recebi um mail a dizer que os homens não percebem indirectas. Talvez seja melhor ser um pouco mais clara – sinto que quero passar o meu tempo a teu lado. Foi bom o que nos aconteceu, muito bom!

Se não escrevi antes foi pela insegurança que de mim se apoderou.

Acreditas que quando recebi a tua carta não a consegui ler imediatamente? Abria-a com a mesma pressa de uma criança perante um presente. De olhos fechados levei a folha ao nariz, para sentir o teu cheiro. E depois… depois faltou-me a coragem para a ler, as mãos vacilaram e a página tremeu . Os nervos e a curiosidade reinavam. Borboletas… conheces a sensação de ter borboletas a voarem na barriga? Voltei à adolescência! Quis aproveitar… quis sentir-me menina de novo, bonita, com uma primeira carta de amor cheia de galanteios e promessas de amor eterno. Quis ter tudo isso nas mãos, nas palavras que não conseguia focar. E tive! Deste-me mais ainda. Conseguiste fazer-me sentir amada como nunca, quando apenas suspirava por uma primeira carta de amor. Cortaste-me a respiração… e eu só consegui começar com um simples olá! Quero começá-la de novo. Só posso começar de novo!

Sei, sinto-o, que a minha vida está a começar!

Permite-me não escrever mais nada, para tudo deixar em aberto...



M.


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